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Uma Reviravolta no Regresso ao Escritório

No início de maio, foi publicado um relatório destacando os benefícios do trabalho remoto. Esta pesquisa realizada em 10 países, deu origem ao relatório que concluiu que mais de três quartos concordaram que a flexibilidade para trabalhar a qualquer momento e de qualquer local aumentou a produtividade.

Os próprios gestores, no entanto, parecem ter discordado dessas conclusões. Logo após a publicação da pesquisa, remeteram que a maioria dos funcionários da empresa voltassem ao escritório pelo menos dois dias por semana.

Chamemos-lhe a grande reviravolta. Há mais de um ano que as empresas de vários setores têm feito alguma pressão para que os funcionários regressem ao escritório – a tempo parcial no início, mas cada vez mais a tempo inteiro. 

Mas o problema mais recente é que algumas dessas empresas já tinham prometido acordos remotos para suas forças de trabalho. O incumprimento deste acordo suscitou um novo nível de ressentimento relativamente a uma questão já altamente sensível tanto para os gestores como para os trabalhadores. "Os funcionários sentem que os seus chefes voltaram atrás na sua palavra".

Muitos gestores há muito que sustentam que a colaboração e a produtividade são maiores com as pessoas no escritório. As empresas permitiram o trabalho remoto ou híbrido primeiro por causa dos confinamentos, depois por causa de uma grave escassez de mão de obra criada mais tarde na pandemia. Mas as quedas na produtividade dos trabalhadores e o aumento das pressões de uma economia em desaceleração encorajaram os gestores a concentrarem-se mais no aspeto presencial dos seus negócios. 

As empresas que mudaram de opinião enfrentaram algumas petições furiosas de trabalhadores. "Os CEO´s correm o risco de arruinar toda a boa vontade que construíram durante a pandemia".

Nos EUA, a ocupação de escritórios permanece em torno dos 50% comparativamente aos níveis pré-pandemia, um nível que se manteve estável desde o início do ano (a taxa é maior em outras partes do mundo). Em alguns casos, as organizações avisaram os funcionários com vários meses de antecedência de que a presença no escritório seria exigida novamente. 

Há alguns estudos que indicam que os trabalhadores mais jovens que trabalham remotamente não recebem tantas oportunidades de desenvolvimento ou mentoria como teriam se estivessem no escritório; Ainda não há consenso, no entanto, sobre onde o trabalho é feito de forma mais produtiva. Algumas empresas têm corrido para preencher essa lacuna de conhecimento, tendo percebido que os seus funcionários podem hesitar com as mudanças nas políticas de trabalho remoto sem números sólidos para as apoiar "Essa tensão não ajudou no trabalho. Perderam a flexibilidade que a pandemia criou".

Por sua vez, alguns funcionários que estão insatisfeitos com essas mudanças de política podem começar a procurar novos empregos, mesmo quando regressarem ao escritório. Pode haver outros efeitos colaterais também, como trabalhadores a tentar encontrar maneiras de contornar as regras. "Bons líderes de RH sabem disso e precisam de estar na vanguarda das conversas com os gestores sobre a razão dessas decisões".

Artigo originalmente criado pelo nosso parceiro Korn Ferry.